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Tráfico faz novo comunicado para motoristas de aplicativo em SG

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Motoristas de aplicativo "sofrem" com criminalidade da região. Foto: Lucas Benevides

O que antes era um território inóspito e perigoso para os motoristas de transporte por aplicativo, agora ganha uma trégua. Traficantes do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, emitiram um comunicado liberando o livre trânsito dos profissionais no interior da localidade, considerada o quartel-general do Comando Vermelho (CV) no segundo município mais populoso do estado do Rio.

O comunicado, que viralizou nas redes sociais, mostra a audácia de criminosos, que criaram uma espécie de manual para o trânsito de veículos naquela região. No final do texto, a assinatura digital dos “crias” - como são chamados os criminosos da localidade.

“Venho aqui comunicar aos motoristas de aplicativos que vocês podem andar tranquilos aqui no Salgueiro. Nós não vai (sic) mexer com vocês, e muito menos querer extorquir vocês, então é só entrar com o alerta ligado, vidro abaixado com a luz do salão ligada. Ass: Os Crias".

Comunicado divulgado em uma rede social.

O alerta serve como um alívio para os motoristas de aplicativo, que diariamente enfrentam territórios hostis em diferentes pontos do Rio de Janeiro e, em alguns casos, a periculosidade de criminosos terminou com vidas perdidas.

No início deste mês, o corpo do motorista de transporte por aplicativo Bruno Antunes, de 30 anos, foi encontrado dentro de um veículo carbonizado no bairro Marambaia, em São Gonçalo.

De acordo com a investigação inicial da Polícia Civil, o carro do motorista era parecido com um utilizado por milicianos durante um ataque naquela região, o que acabou causando a morte do motorista.

Embora a polícia não tenha informações sobre casos ocorridos no Complexo do Salgueiro, é comum o relato de motoristas que recusam viagens que possuem o endereço inicial/final naquela comunidade. Um deles é Carlos Eduardo, de 40 anos, que afirmou que o território é quase que unanimidade entre os motoristas de aplicativo em relação a perigo.

“Nós não podemos julgar quem mora nessas localidades, mas é notório que aquela região é dominada pela criminalidade. Eu recuso, mas quem vai alerta para a presença de traficantes armados, diversas barricadas e o risco de uma operação policial é grande”, disse o motorista.

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